segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Por Que O Brasil Inunda ?

cheia
Image Source: http://caj8b.wordpress.com/causas-das-cheias/
Quase sempre preocupam-se as autoridades com soluções “curativas” e de baixo custo, com resolução a curtíssimo prazo e nunca se pensa em prevenção de catástrofes potenciais. Sendo soluções instantâneas e baratas, sem planejamento e sem apoio de especialistas, as que são adotadas, não teram eficácia a longo prazo e quiçá a curto prazo mesmo.




As cidades brasileiras, assim como algumas do restante do mundo não foram planejadas preventivamente a suportar períodos chuvosos prolongados e com grande volume de água pluvial.
A Urbanização desordenada tem levado a uma “concretização” excessiva, impedindo a absorção da água pluvial de volta ao lençol freático . Ou seja ocorre uma barreira à absorção de água devido à impermeabilização do solo.
Fatores contribuintes do acúmulo de água pluvial
  • Topografia : desnível do terreno, dificultando drenagem da água;
  • O desmatamento, queimadas;
  • Acúmulo de lixo
  • Construção adensada de edificações;
  • Pavimentação;
A ausência de um sistema de drenagem previsto no planejamento urbano ( Plano Diretor de Drenagem Urbana, referido no documento: Hidrologia Aplicada da Universidade Federal de Campina Grande).
Segundo documento do Departamento de Engenharia Civil da UAEC (Unidade Acadêmica de Engenharia Civil):
Quando um sistema de drenagem não é considerado desde o início da formação do planejamento urbano, é bastante provável que esse sistema, ao ser projetado, revele-se, ao mesmo tempo, de alto custo e deficiente.
É conveniente, para a comunidade, que a área urbana seja planejada de forma integrada. Se existirem planos regionais, estaduais ou federais, é interessante a perfeita compatibilidade entre o plano de desenvolvimento urbano e esses planos.
Todo plano urbanístico de expansão deve conter em seu bojo um plano de drenagem urbana, visando delimitar as áreas mais baixas potencialmente inundáveis a fim de diagnosticar a viabilidade ou não da ocupação destas áreas de ponto de vista de expansão dos serviços públicos.”(grifo nosso)
Ainda, segundo DEC da UAEC, um adequado sistema de drenagem, onde esta drenagem for viável, proporcionará uma série de benefícios:
  • Desenvolvimento do sistema viário;
  • Redução de gastos com manutenção das vias públicas;
  • Valorização das propriedades existentes na área beneficiada;
  • Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações;
  • Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais;
  • Rebaixamento do lençol freático;
  • Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis;
  • Segurança e conforto para a população habitante ou transeunte pela área de projeto.
Drenagem no Brasil (DEC da UAEC)

“No Brasil, institucionalmente, a infra-estrutura de microdrenagem é reconhecida como da competência dos governos municipais que devem ter total responsabilidade para definir as ações no setor, ampliando-se esta competência em direção aos governos estaduais, na medida em que crescem de relevância as questões de macrodrenagem, cuja referência fundamental para o planejamento são as bacias hidrográficas. Isto é, deve ser de competência da Administração Municipal – a Prefeitura, os serviços de infra-estrutura urbana básica relativos à microdrenagem e serviços correlatos – incluindo-se terraplenagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentações e obras de contenção de encostas, para minimização de risco à ocupação urbana.
Quanto a sua extensão não se dispõe de dados confiáveis em relação à drenagem urbana. Estima-se que a cobertura deste serviço – em especial a microdrenagem – atinja patamar superior ao da coleta de esgotos sanitários.
Quanto à macrodrenagem, são conhecidas as situações críticas ocasionadas por cheias urbanas, agravadas pelo crescimento desordenado das cidades, em especial, a ocupação de várzeas e fundos de vales. De um modo geral nas cidades brasileiras, a infra-estrutura pública em relação a drenagem, como em outros serviços básicos, apresenta-se como insuficiente.”
Para não delongar o Post, concluo aqui que falta planejamento estratégico preventivo de catástrofes preveníveis no Brasil. Espera-se que os governantes abram os olhos para este fato. As perdas são intensas e sofríveis.
Referências:
  1. UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL : http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Dren01.html (acesso em 04/01/2010)
  2. Caj8b’s Blog: Figura: INUNDAÇÕES NO MUNDO.jpg http://caj8b.wordpress.com/causas-das-cheias/ (acesso em 04/01/2010)