Numa iniciativa capaz de revolucionar o controle da natalidade, principalmente nos países em desenvolvimento, cientistas conseguiram fazer com que o milho produza anticorpos humanos que neutralizam o espermatozóide.
Depois de extraídos dos grãos do milho, os anticorpos são purificados, processados e adicionados a um lubrificante que protege contra a gravidez. "É uma tecnologia barata, significando que pode ser adotada globalmente", disse o médico Kevin Whaley, que chefia as pesquisas na Universidade Johns Hopkins, nos EUA. "Estamos prevendo que o produto será aplicado no local, em lubrificantes sexuais. Vai ser algo que as mulheres poderão aplicar muitas horas antes do coito e terá eficácia por um período de 12 a 24 horas.
Cientistas estão prevendo que extensos milharais serão cultivados para atender à procura de um produto relativamente barato.
Os Estados Unidos são, há muitos anos, o maior produtor de milho do mundo.
Reação - O organismo feminino reage a muitas bactérias e vírus, mas o espermatozóide é um dos poucos agentes que em geral não causam reação imunológica nas mulheres. No entanto, certas mulheres - menos de uma em cada grupo de 100 - são inférteis por razões imunológicas. Os espermatozóides que penetram em seu organismo são considerados invasores indesejáveis pelas células do sistema imunológico, cujos anticorpos os neutralizam.
Cientistas da Johns Hopkins capturaram esse anticorpo nas células sanguíneas brancas de mulheres inférteis por razões imunológicas, depois clonaram essas células e produziram material genético que é misturado ao DNA do milho. "As maiores concentrações estão no coração do milho", disse Whaley.
"Podemos conservar os grãos armazenados e purificar a proteína ou o anticorpo quando precisarmos." Testes em seres humanos vão começar dentro de dois anos. Os cientistas também estão cultivando no milho um anticorpo que combate herpes e pensando em adicionar anticorpos contra o vírus da Aids e outras doenças.
Fonte: The Sunday Times